Maria Alice Estrella
Três conselhos
Por Maria Alice Estrella
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Resumindo minha experiência de vida apenas em três conselhos, até o presente momento, tento extrair esse número de uma dezena deles. Vida longa com muitas aquisições de sabedoria não se consegue resumir num estalar de tempo.
Mas já que o desafio foi feito, lá vou eu encará-lo.
Primeiro conselho: - Nunca adie o que pode realizar nesse exato momento. O instante seguinte é imprevisível e acontece em terreno movediço que engole os abraços postergados, as palavras não ditas, os sentimentos guardados no pântano do nunca mais. Não postergue! Remorso é o pior sentimento que pode nos acometer e lidar com ele nos quebra, nos dilacera, nos adoece.
Segundo conselho: - Reconcilie-se consigo mesmo tantas quantas forem as vezes que não conseguir entender a razão de seus atos. Muitas vezes é o coração que rege os acontecimentos. Não racionalize. Sublime o passado e não enfrente moinhos imaginários como o personagem Don Quijote de La Mancha. Reconcilie e se perdoe. Resgate seu amor próprio sem restrições e sem culpas.
Terceiro conselho: - Não cruze os limites, nem as fronteiras se não tiver salvo-conduto. Isso é aplicável a todas as situações: geográficas, afetivas, no trabalho, no trânsito. A exceção não se aplica a essa regra. Se puder evitar, não ultrapasse. Os danos são irreversíveis no terreno dos sentimentos, principalmente. Invadir espaços que não nos pertencem nunca tem um final feliz.
Eu teria mais de uma dúzia de conselhos a dar, mas o bom da festa é partilhá-los em doses homeopáticas, gota a gota.
Sem pretensão alguma vou arrolando meus conselhos e tento absorvê-los para meu uso próprio. E não é fácil seguir o que sei. Mais descomplicado é seguir o que sinto.
Jogo complexo é esse exercício de aprender e colocar em prática as lições que a vida ensina.
Dizem que se conselho fosse bom, não se daria e sim se venderia. Concordo em parte com a assertiva.
Foram os conselhos dos meus ancestrais que forjaram em mim o que sou. Ouvi a todos com muita atenção, e esse legado me acompanha no cotidiano como bagagem que contém mil e uma utilidades. Uso e abuso do rol de conselhos que recebi. E mesmo quando esbarro em algum contratempo ou tropeço em algum obstáculo, vou em busca de algum conselho em meio a coleção que conservo como suporte e alicerce.
E quando me esqueço de fazer valer os conselhos que me deram, quebro a cara, choro e me lamento.
Conselho é sempre gênero de primeira necessidade e pode ser dado de boa vontade e recebido da mesma forma. Vender conselhos seria um sacrilégio.
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